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José Fernando Rio, ex-comentador do Porto Canal e candidato à presidência do FC Porto em junho passado – que perdeu, assim como Nuno Lobo, para Pinto da Costa – escreveu hoje um longo texto a criticar Pinto da Costa e seus pares devido às débil situação financeira do clube, mostrando “preocupação” e “vergonha” pelas finanças do clube:
“Caros Portistas,
O FC Porto apresentou na semana passada as suas contas relativas ao exercício 2019/2020 que redundaram num prejuízo histórico de 116 milhões de euros. São números que nos assustam, nos envergonham, até, e que põem em perigo a sustentabilidade e a própria existência do Clube tal como o conhecemos.
Não é um caminho que tenha começado agora, mas a cada ano que passa a solução do problema é mais difícil de encontrar e a sua eventual aplicação previsivelmente mais dolorosa. Foram avançadas muitas explicações e desculpas para estes números – a pandemia, o não apuramento para a Liga dos Campeões 19/20, o exercício ter terminado na mesma em 30 de Junho apesar do prolongamento das provas, as vendas depois desta data, etc., etc., etc. – a verdade é que esta gestão já vem de trás, vive do/no risco e não está preparada para uma bola que bata na trave e não entre, quanto mais para uma pandemia.
Um clube que apresenta um prejuízo de 116 milhões de euros, um défice operacional de 51 milhões de euros, um passivo acumulado de 451 milhões de euros e um capital próprio negativo de -151 milhões de euros é um clube cujo futuro está, no mínimo, ameaçado. Se não estiver já comprometido. É que a verdade é só uma: a resolução dum problema desta dimensão pode implicar perda de grandeza ou a alienação de uma parte substancial do capital social a terceiros, perdendo ou não o controlo da SAD. Há mais soluções, mas todas deste calibre.
Concorri ao último acto eleitoral por muitas razões, mas a preponderante foi a preocupação com a situação financeira do Clube, precisamente pelas consequências dramáticas que daí podem advir. E é em nome dessa preocupação, e daqueles que acreditaram no nosso projecto, que me sinto na obrigação de lançar este alerta. A gestão do clube tem de mudar de rumo; a SAD tem de ser gerida com profissionalismo, com rigor, com transparência; tem de haver inovação, irreverência, estratégia e visão de médio e longo prazo.
Não podemos continuar acomodados, preocupados apenas em resolver os problemas do dia-a-dia e a empurrar todos os outros com a barriga. Eles não se resolvem sozinhos e quanto mais tarde o forem mais pesadas serão as suas consequências. É fundamental que os portistas percebam que o problema das contas não é apenas um problema financeiro. As suas consequências reflectem-se na competitividade desportiva! Sem contas saudáveis, equilibradas e sustentáveis a médio e longo prazo não é possível investir no reforço das equipas.
Só com contas equilibradas podemos construir planteis estáveis e a tempo do início das competições, contratar reforços que façam a diferença em campo, renovar contrato com jogadores cuja permanência seja considerada estratégica para a equipa e deixar sair apenas aqueles cuja oferta seja, de facto, irrecusável ou uma grande mais-valia financeira para o Clube.
Saudações Portistas.”
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