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É muito difícil destacar alguém neste jogo, depois de tão ENORME jogo coletivo que se fez ! A entreajuda entre todos foi fundamental, o espírito de equipa, a união, a FAMÍLIA, foram fulcrais para o sucesso desta conquista, por isso qualquer individualidade que se venha a falar poderá ser sempre encarado como algo injusto. Esta vitória é de TODOS, e foi conquistada com o sacrifício ímpar de todos, uma verdadeira equipa à PORTO, que muito orgulha as gentes do norte: lutadores e humildes. Mas, há obviamente jogadores que se destacaram mais que outros e é esses que vamos distinguir. Seguem as notas individuais ( de 0-10) e explicações de cada jogar, como já é hábito.
Diogo Costa (7)
Muito se falou sobre se Diogo Costa estaria preparado para assumir a baliza dos dragões num jogo tão importante. E a resposta é SIM, está (estava). Diogo Costa não teve muito trabalho, mas esteve sempre muito seguro, à exceção de um cruzamento traiçoeiro da esquerda do ataque do Benfica, em que viu a bola saltar-lhe à frente. Como não estava ninguém para desviar, foi apenas um susto. Ao contrário do que muitos apregoam, não foi pela rotatividade nos guarda-redes que o FC Porto perdeu as últimas taças. Faltou aquela pontinha de sorte, que neste jogo tivemos aos 91′.
Manafá (6)
Jogo de muita luta, muita entrega, mas com pouco pendor ofensivo. Nalguns lances ofensivos, podia ter decidido melhor, como por exemplo, quando apareceu no 1 para um, com muitos metros para correr, ante o veterano central do Benfica Jardel. Muito sacrifício e muito espírito à Porto fizeram-no esquecer alguns momentos menos bons.
Pepe (8)
Pepe é como o vinho do porto e sente-se como “Peixe na água” nestes jogos. Fez valer-se da sua enorme experiência e matreirice, para acabar com muitas jogadas dos jogadores encarnados, sacar faltas e até quebrar ritmo de jogo, quando o jogo assim o pedia. Esteve sempre muito atento e apresentou-se a um nível muito alto. O momento que melhor representa o ENORME jogo deste centralão é quando, ao minuto 64, começa e inicia uma jogada de contra ataque, ganhando uma falta…junto à bandeirola de canto para onde atacava o FC Porto. SINTOMÁTICO!
Alex Telles (7)
Alex Telles fez provavelmente o último jogo com as nossas cores. E se o fez, vai deixar muitas saudades. Sem o fulgor físico de outros jogos (já o disse e volto a dizer, parece-me em subrendimento físico nos últimos encontros), Alex foi igual a si próprio e mostrou uma entrega e raça incríveis. Foi (mais uma vez) fundamental numa bola parada, no lance que abre o marcador e intranquiliza o Benfica. Bola cobrada para a área de forma tensa, Vlachodimos alivia mal e Mbemba faz o primeiro da sua noite de glória. Se saíres, vamos sentir muito a tua falta Alex. És Porto.
Danilo (8)
O capitão vinha “ameaçando” nas últimas jornadas a recuperação plena do velho Danilo. Pois bem, em Coimbra, viu-se o melhor Danilo da época 2019/2020. Imperial nas alturas e no jogo pelo cháo, Danilo limpou tudo da sua zona. Ajudou a fechar os centrais nos momentos de maior sufoco e ainda conseguiu apresentar qualidade de jogo, com processos simples, na construção de jogo.Esteve omnipresente e foi um verdadeiro capitão ! ASSIM SIM!
Uribe (7)
O médio colombiano esteve em dúvida (pelo menos o FC Porto fez passar essa mensagem) até à hora de jogo. Mas em boa hora recuperou. Jogo enorme de Uribe a fechar várias linhas de passe, e numa pressão constante, qual pitbull, sobre o portador da bola dos encarnados. Jogou na sombra, não deu tanto nas vistas como Danilo, mas foi uma formiguinha incansável. Foi fundamental para o Porto ganhar o meio campo. Saiu esgotadíssimo.
Otávio (8)
Otávio voltou a estar enorme. Só é baixinho mesmo em estatura. Ele dá tudo o que tem e o que não tem em todos os jogos. Melhorou DRASTICAMENTE o seu sentido tático e o posicionamento com Conceição, é o jogador do plantel que conhece melhor todas as posições ofensivas do meio campo, e que permite à equipa oscilar, com grande qualidade, entre um 4-3-3 e um 4-4-2 (ou ontem um 4-4-1, em grande parte do tempo). Muito rápido a reagir à perda da bola (sua, ou da equipa) recuperou imensas bolas, e soltou-as quase sempre com critério. Tentou pegar no jogo, principalmente quando as equipas estavam em igualdade numérica, e logrou-o bastantes vezes. Foi ainda o assistente para o golo da “tranquilidade” do FC Porto, com um cruzamento irrepreensível para a cabeça do herói inesperado Mbemba. Com a expulsáo de Diaz, sacrificou-se pela equipa, correndo ainda mais, oscilando entre o flanco esquerdo, nos raros momentos ofensivos que o Porto conseguia, ou a fechar o espaço central, quando estava a defender. Saiu “morto”. É muito importante renovar com Otávio. Com Conceilão, adquiriu um papel absolutamente fundamental em toda a nossa manobra ofensiva e defensiva.
Corona (7)
O mexicano voltou ontem às boas exibições. Sem deslumbrar como noutros jogos, teve ainda assim momentos de excelência só ao alcance de génios. Corria ainda o minuto 4 quando torceu completamente os rins, com uma finta de corpo sublime, vendo depois Odysseas defender o seu remate de pé esquerdo. Após a expulsão de Diaz, “matou-se” pela equipa, funcionando mais como um segundo lateral direto do que um extremo. O momento assim o exigia e os grandes jogadores sabem sempre perceber o que o jogo pede ! Melhor jogador da nossa época!
Marega (7)
O maliano correu, correu, correu e …. CORREU ! Jogo impressionante de Marega, no que diz respeito à capacidade física. É incrível vê-lo a dar tudo pelo clube, a cada momento do jogo. Não é (nem nunca será) nenhum portento técnico – ainda assim, isolou, de calcanhar, Corona para o lance mais perigoso do FC Porto, em todo o jogo, à exceção dos golos – mas é um poço de força e um alvo sempre foi muito difícil de contrarias para as defesas das equipas adversárias. Para além de, sozinho, batalhar e dar “água pela barba”, no meio dos centrais do Benfica, ainda ajudou (e muito) a equipa em tarefas defensivas. Teve uma ação infeliz, irrefletida e imatura em Tondela, mas retratou-se rápido e ainda foi a tempo de ser muito importante para o clube na reta final da época.
Sérgio Oliveira (6)
Entrou para o lugar do “magoado” Tecatito, e cumpriu na perfeição o sue papel. Não se destacou na construção de jogo, mas também não era isso que lhe era pedido. Mal entrou fez um corte de carrinho sobre Rafa a mostrar ao que vinha. Fechou o lado direito e todos os caminhos para a baliza de Diogo Costa. Atingiu a sua maturidade competitiva esta época e é agora um jogador fiável, que se pode contar em qualquer momento!
Loum (6)
Entrou para o previsível chuveirinho do Benfica e para ser mais um a ajudar e a ajudar a cerrar fileiras. levando a “água ao seu moinho”. Importante nos minutos finais
Destaques positivos (+)
Mbemba (10)
Não é fácil destacar um jogador, depois de um jogo tão épico e heróico de todos os jogadores, mas o congolês merece uma menção especial, esteve claramente um patamar acima de todos os outros. Esteve irrepreensível em todos os capítulos do jogo, não tendo uma ÚNICA falha (pelo menos que me lembre). Secou por completo Seferovic, (tem um corte brilhante a antecipar-se ao suiço) e subiu 2 vezes à área dos encarnados para fazer os golos da partida, com dois golpes de cabeça muito bem conseguidos. É o herói desta final e merece-o. Simboliza o que é um jogador à Porto (explicarei o porquê desta afirmação sobre Mbemba num artigo posterior) e foi feliz na melhor época da sua carreira.
Destaques negativos (-)
Antes de mais, uma nota prévia. Pensei muito em colocar destaques negativos num jogo destes, em que conseguimos uma vitória épica fruto do esforço de todos, sem exceção. Mas ser Portista também é ser exigente e ter uma análise crítica a todos os momentos e às coisas que correram menos bem, e que, inclusive, nos podiam ter complicado (muito) a vida. Não é uma crítica à entrega de nenhum deles, mas antes a exibições pouco felizes que podiam ter comprometido tão ÉPICA e HISTÓRICA dobradinha!
Luis Diaz (4)
O irrequieto extremo colombiano teve uma noite para esquecer. Por culpa dele, mas também por culpa de Soares Dias. Diaz pareceu sempre algo limitado fisicamente, dando mais nas vistas a ajudar Telles do que com a bola nos pés. Após um corte limpo e consequente inevitável toque em Chiquinho, viu o primeiro amarelo logo ao minuto 9, e acredito que isso o tenha condicionado. Nunca esteve verdadeiramente em jogo, mas saiu fisicamente dele ao minuto 38, numa entrada imprudente sobre André Almeida. Jogo infeliz de Diaz. Muito tem de agradecer à equipa o facto de não ser o vilão da final ! Espero que expludas para o ano Diaz ! Tens muito futebol dentro de ti!
Diogo Leite (4)
Diogo Leite está claramente a passar uma fase má, e até de algum azar. Tem ficado constantemente ligado a golos dos adversários e tem entrado mal em todos os jogos em que é chamado. Leite entrou aos 73 minutos para ajudar a serenar a defesa, mas conseguiu…o contrário. Má entrada do central, sempre muito precipitado e nervoso em todas as ações, com um penalty – duvidoso – completamente desnecessário sobre Rafa. Deu um alento ao Benfica que já nem eles esperavam . não conseguiam chegar com perigo à nossa baliza de nenhuma forma e intranquilizou o FC Porto. Sim, assim a vitória soube ainda melhor, mas era escusado Diogo.Fala-se muito no mercado espanhol e penso que isso interferiu com a sua cabeça nos últimos jogos. Se for verdade uma proposta de 15/20 M€ acho que é um valor muito aceitável para o seu rendimento atual e, se calhar, fazia-lhe bem experimentar outros ares. Se saíres, não te preocupes que os portistas não têm memória curta e não vão ficar com estas tuas últimas (pobres) exibições na cabeça, mas sim como um jogador da formação e campeão europeu. Serás sempre um DRAGÃO!
Palavra final para Sérgio Conceição, foi o grande obreiro dos nossos títulos esta época e a sua intervenção no intervalo do jogo, a julgar pelas palavras de Mbemba, foi arrepiante ! Mereceu ser feliz ao minuto 91, por tudo o que lhe tem acontecido nas finais ! Obrigado por seres quem és e por amares tantooooo este clube, como nós adeptos, Sérgio ! ESTA TAÇA É TUA!
Ponto final da época e que melhor desfecho podíamos ter.
Festa rija a dobrar, e dobradinha à moda do Porto.
Agora, todos vão ter o MERECIDO descanso. Alguns vão voltar, muitos outros não.
A TODOS, MUITO OBRIGADO!
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