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Vítor Bruno era um treinador visivelmente desiludido no fim do jogo.
O treinador adjunto de Sérgio Conceição diz que a equipa sentou no golo e teve o erro de gerir um jogo que estava longe de estar ganho. Revelou ainda que lançou um desafio à equipa, para não cair no mesmo erro que em Vila do Conde, mas a equipa voltou a cometer erros! Fala ainda num possível erro capital, de se chegar ao Mundial demasiados pontos atrás do Benfica.
Análise: “Entrámos bem. Fazemos o golo a abrir, temos quatro/cinco momentos em que podemos fazer o segundo golo, não fizemos, o Santa Clara ameaça no final da primeira parte com duas ou três chegadas à nossa baliza. O Santa Clara muito assente na sua organização defensiva, com uma muralha forte atrás, bem organizado. Nós a tentar num campo difícil, com alguma dificuldade para circular a bola de forma rápida, obrigar a dar mais do que dois/três toques para poder ter alguma eficácia na forma de ligar e chegar à baliza. O resultado ao intervalo penso que se aceita, podendo ser mais dilatado para o FC Porto. Na segunda parte tentámos injetar novamente nos jogadores capacidade de querer rapidamente fechar o jogo, ir à procura do segundo golo, caímos no erro de nos sentarmos no golo que tínhamos marcado, tentámos controlar o jogo. O adversário vai acreditando, agarra-se a tudo que tem de agarrar para poder somar pontos e depois acaba por empatar de bola parada. A parte final é um bocadinho fruto da forma como a equipa se entrega ao jogo, tenta, já com pouco lucidez, a precipitar.”
FC Porto pode chegar muito distanciado da frente na paragem para o Mundial: “Esse poderá ser outro erro capital que possamos cometer, é começar a olhar para a distância que temos para o lugar da frente frente, podendo eventualmente a jornada ter mais alguém na nossa frente. Temos de olhar para nós. O nosso trabalho é esse, a nossa função diária é essa, como equipa técnica: agarrar os jogadores, alavancá-los naquilo que é o nosso grande traço identitário, s capacidade de trabalho, sermos equipa. Os alicerces são esses, sempre foram, de há cinco anos para cá. Já estivemos a sete pontos e conseguimos ser campeões, já estivemos na frente e não fomos. É meter o pé na chapa, andar a fundo e tentar colar ao máximo naqueles que estão à nossa frente, para que quando olhem para o retrovisor percebam que há alguém que está atrás que tem capacidade, que veste de azul e branco, que foi campeão nacional e vai tentar ser novamente.”
Falta de frescura? “Sim. Essa terá sido a nossa grande missão nos dois dias entre os jogos: tentámos ao máximo na carregar na barra da energia dos jogadores, jogámos 60 e poucas horas depois de jogar na Liga dos Campeões. Nesse jogo subimos um ou outro degrau no sucesso e no que planeámos no início da época, chegar a um objetivo claro. Conseguimo-lo e depois hoje o desafio era tentar saltar degraus na humildade e na forma de atacar o jogo. Não quero dizer que jogadores não foram humildes, os jogadores tentaram, caíram no lugar comum de tentar gerir um jogo que não estava resolvido e do outro lado tivemos equipa que se bateu de forma muito brava, que acabou por empatar com mérito.”
Empate após apuramento na Champions é um murro forte? “É um murro mas é importante que nós, equipa técnica, jogadores, aprendamos com os erros. É o maior ato de inteligência que o ser humano pode ter. Lançámos esse desafio aos jogadores, porque já tínhamos passado por isto no passado, quando recebemos o Sporting e tivemos uma vitória contundente por 3-0, a seguir vamos a Vila do Conde e foi aquilo que foi. O desafio lançado foi esse, não cair no mesmo erro de chegar aqui e pensar que era jogo praticamente ganho, como dado adquirido. Não foi e viu-se. Um adversário muito competente a defender e que se agarra a tudo. Temos de perceber que do outro lado estarão sempre 11 jogadores que vão fazer tudo para conquistar pontos. Quando não estamos no máximo da nossa capacidade, não só de talento, mas também de capacidade de trabalho… A capacidade de trabalho a espaços esteve lá, o talento hoje… Hoje houve muita gente que ficou aquém. Nós procuramos sempre que o todo seja maior do que a soma das partes e hoje não aconteceu. Nem todas as partes se calhar estiveram ao nível que nós pretendíamos e o resultado foi o que foi.”
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