Gostou do Artigo ? |
Rui Pinto está hoje em tribunal, pela segunda sessão consecutiva no Juízo Central Criminal de Lisboa e, ao coletivo de juízes, explicou várias coisas que tinha feito, saltando à vista a revelação, pela própria boca de alegados desvios no FC Porto. As declarações foram feitas no âmbito do acesso a informação privilegiada da Doyen e um alegado caso de tentativa de extorsão a Nélio Lucas, à data CEO da Doyen.
Depois de confirmar a criação de um pseudónimo com o nome Artem Lobuzov, o criador do Football Leaks explicou:
“Isto era prática corrente por todos nós no Football Leaks. Faz parte até das boas práticas [da Internet]. O email não foi criado com o objetivo de contactar com Nélio Lucas”.
“Sinto-me envergonhado por toda esta situação. Custa-me imenso ler este tipo de emails. Hoje em dia não me reconheço nisso. Foi uma trapalhada de todo o tamanho. Isto foi aproveitado pelos críticos para tentar reduzir os méritos do Football Leaks”, afirmou Rui Pinto, que assume que “tudo foi uma provocação, uma infantilidade” e disse ainda que não esperava que Nélio Lucas respondesse ao email. No email, Rui Pinto escreveu: “Tudo isto e muito mais pode aparecer online, e de seguida em toda a imprensa europeia. Certamente não deve querer isso não é? Mas podemos conversar”.
*Isto nunca devia ter acontecido. Este email nunca devia ter sido enviado, mas ele foi respondendo, eu fui respondendo e as coisas foram escalando”.
Sobre o motivo de continuar a responder a Nélio Lucas, Rui Pinto explicou a Margarida Alves, que liderava o coletivo de juízes que ” queria ver até onde é que ele ia. Foi uma valente estupidez”, que aproveitou o momento para pedir desculpa ao outro arguido, Aníbal Pinto, o advogado que foi envolvido nesta interação com a Doyen.
Já sobre o valor que pediu – entre 500m€ e 1M€, Rui Pinto justificou da seguinte forma:
“Foi a quantia que me veio à cabeça naquele dia. Queria ver até onde aquilo ia chegar. Estava a levar aquilo um bocado na brincadeira”.
Sobre o possível encontro pessoal com Nélio Lucas, Rui Pinto revelou que essa intenção foi espoletada pelas informações que encontrou sobre o FC Porto e a revolta que disse ter sentido por ver o clube do qual é adepto envolvido com a Doyen em práticas que reprovava.
“Na minha ingenuidade não fazia a mínima ideia que o FC Porto tinha este tipo de práticas e, como adepto portista, senti-me traído. O facto de ser adepto do FC Porto e ver-me confrontado com esta situação feriu-me. Nunca pensei que haveria um desvio de fundos a serem entregues ao filho do presidente [Alexandre Pinto da Costa]. Nem queria acreditar”.
“Foi uma catadupa de emoções. O FC Porto foi ‘mamado’ (roubado) [negócios entre o FC Porto e o empresário] e era isso que pretendia falar com Nélio Lucas e ouvir da boca do próprio empresário”.
Gostou do Artigo ? |