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“Tem contra ele o facto de ser treinador do FC Porto”

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Em mais um episódio de Ironias do Destino, Pinto da Costa comparou Conceição a Mourinho, recordando ainda o seu processo de contratação.

Comparação entre Mourinho e Conceição

“Tem uma grande virtude: põe paixão naquilo que faz. Não faz por obrigação ou por ter contrato. Tem a felicidade de fazer o que gosta no clube do seu coração, que ele nunca esqueceu. Já esteve em clubes nos quais cumpriu sempre e há de ter pela vida fora muitos clubes e em todos vai cumprir com a mesma vontade com que está a cumprir no FC Porto. A paixão que ele tem pelo FC Porto nasceu com ele aos 16 anos e não é possível esquecer isso. Tem uma personalidade forte, enfrenta os adversários, mas tem contra ele o facto de ser treinador do FC Porto. O Mourinho, quando foi treinador do FC Porto, toda a gente sabe a perseguição que lhe era feita. Era arrogante, malcriado, insuportável. No dia em que assinou pelo Chelsea, passou a ser o ‘number one’. Se o Sérgio Conceição treinasse um clube de Lisboa, acho muito difícil, porque o coração dele não vai mudar, de certeza que ainda ia ganhar o Prémio Nobel da Paz.”

Amizade com um “irmão mais novo”

“É uma relação que se compreende se se lembrar que o Sérgio veio para o FC Porto aos 16 anos, num momento difícil, quue coincidiu com o falecimento do pai. Ficou sem pai e mãe aos 16 anos e quase que foi o FC Porto que o adotou como um filho querido, como se fosse um lar. Tive sempre uma amizade muito especial com ele, porque sabia os problemas que ele tinha, a sua forma de ser, de jogar, o entusiasmo no que punha. Mas não veio para o FC Porto pela minha amizade, porque sou amigo de muita gente que nunca vai treinar o FC Porto e alguns até são treinadores [risos]. Veio porque reconheci capacidade de fazer aquilo que faz, mas nunca escondi que, para mim, não vou dizer que é uma relação de paternidade, porque pai há só um, mas vejo nele um irmão mais novo. Sinto que é da minha família de sangue, alguém com que eu gosto de estar e com quem vibro muito com as suas vitórias, não só por ser no FC Porto, porque já vibrava quando ele vencia noutros clubes, desde que não fosse o FC Porto”.

Processo de contratação de Conceição e garantia na hora

“Estava eu, Sérgio Conceição e Luciano D’Onofrio. Tinha em mente que estava na altura de o Sérgio ser treinador do FC Porto, acreditava muito nas suas capacidades, na sua forma de viver intensamente as coisas, no seu amor ao clube. Conheço-o desde o 16 anos, quando ele veio para o FC Porto. Acompanhei toda a sua carreira e já no ano anterior, quando ele estava no V.Guimarães, esteve iminente a sua vinda, só que, por fatores que poderiam não ser bons para a vinda dele, achei melhor esperar mais algum tempo e a opção, nessa altura, foi o Nuno Espírito Santo. Quando o Nuno foi embora, tinha com o objetivo principal a vinda do Sérgio, só que havia um problema, porque ele tinha renovado pelo Nantes por vários anos. Estava realmente com muita pena.”

E o que parecia impossível ficou logo resolvido

“AA 17 de maio, Luciano D’Onofrio estava cá, porque celebrámos os 30 anos da conquista da Taça dos Campeões Europeus, em Viena e o Luciano era, nessa altura, o diretor desportivo. Convidei-o a estar presente na cerimónia, fui almoçar com o ele e disse-lhe que estava à procura de treinador. O meu desejo era o Sérgio, mas achava que não era possível. O D’Onofrio disse-me que o sonho do Sérgio também era treinar o FC Porto. Telefonamos-lhe do restaurante e dissemos para estar lá às 16 horas. Pus-lhe o problema, disse que queria que ele fosse treinador do FC Porto, se fosse possível ele desvincular-se. O Sérgio disse ‘isso não tem discussão, eu trato disso’, e traçou logo ali um plano com o Luciano. Não era fácil, mas muito me entusiasmou, porque demonstrou que ele era audaz, tinha muita vontade de vir. Estava num projeto tranquilo no Nantes, tinha condições para estar sossegado e ter êxito, mas estava determinado. No dia seguinte, logo de manhã, foi de avião para Nantes, para se desvincular. Foi muito difícil, mas a vontade dele era tão grande que o presidente do Nantes acabou por ceder. Para mim, o dia do seu ingresso no FC Porto foi o dia 27 de maio, um dia muito especial para o clube e passou a ser ainda mais. Nestes quatro anos, o Sérgio venceu 50 por cento dos campeonatos, duas supertaças e uma Taça de Portugal. Foi um dos muitos treinadores com sucesso que passaram pelo FC Porto 27 de maio, Luciano D’Onofrio estava cá, porque celebrámos os 30 anos da conquista da Taça dos Campeões Europeus, em Viena e o Luciano era, nessa altura, o diretor desportivo. Convidei-o a estar presente na cerimónia, fui almoçar com o ele e disse-lhe que estava à procura de treinador. O meu desejo era o Sérgio, mas achava que não era possível. O D’Onofrio disse-me que o sonho do Sérgio também era treinar o FC Porto. Telefonamos-lhe do restaurante e dissemos para estar lá às 16 horas. Pus-lhe o problema, disse que queria que ele fosse treinador do FC Porto, se fosse possível ele desvincular-se. O Sérgio disse ‘isso não tem discussão, eu trato disso’, e traçou logo ali um plano com o Luciano. Não era fácil, mas muito me entusiasmou, porque demonstrou que ele era audaz, tinha muita vontade de vir. Estava num projeto tranquilo no Nantes, tinha condições para estar sossegado e ter êxito, mas estava determinado. No dia seguinte, logo de manhã, foi de avião para Nantes, para se desvincular. Foi muito difícil, mas a vontade dele era tão grande que o presidente do Nantes acabou por ceder. Para mim, o dia do seu ingresso no FC Porto foi o dia 27 de maio, um dia muito especial para o clube e passou a ser ainda mais. Nestes quatro anos, o Sérgio venceu 50 por cento dos campeonatos, duas supertaças e uma Taça de Portugal. Foi um dos muitos treinadores com sucesso que passaram pelo FC Porto”.

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